segunda-feira, 5 de dezembro de 2011


olha para um lado e vejo destruição, olho para o outro e vejo exploração, na minha frente a televisão, com a sua alienação, alguem ai me ajude pra eu sair dessa desilusão!!!!!!!! Joaquim Augusto.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A União


Acordo todos os dias,
Na miséria
Busco uma alternativa de vida,
Mas sou barrado,
Pela fome e pela ira,
As pessoas se afastam,
Ficam com medo,
Me acham perigoso,
Nessa sociedade sou o significado de horroroso.

Vai trabalhar vagabundo,
São palavras pronunciadas constantemente aos meus ouvidos,
Não me dão emprego,
De pedinte a pedinte sobrevivo.

No meu redor,
Observo a riqueza,
Tento adquiri-las,
Mas constantemente sou acordado por um policial,
Me obrigando a deixar de sonhar,
Volto a pedir no sinal,
Volto a realidade.

Ei  me de um trocado,
Para eu comprar cola e me manter acordado.

Mas um sinal se abre,
Na minha mão
A difícil missão,
Matar a fome
Comprar um pão,
Ou enganar a realidade
Com um pouco de alucinação.
Dias em dias,
Passo sempre nessa indecisão.

Vejo fábricas funcionar,
Senhores de ternos em seus carros a chegar,
Pessoas uniformizadas a entrar.
Percebo há vários anos,
 Que os senhores de ternos,
São filhos e netos de outros senhores
Que também usavam ternos.
As pessoas uniformizadas são filhos dos mesmos uniformizados,
Que trabalhavam ali.
Percebo que se mantém a mesma lógica,
Desde quando estou na rua.
Os mesmos discursos de políticos
Que pronunciava a melhoria do povo
Se mantém agora com artifícios
Mais modernos.
Tento ler o jornal que usei para dormir,
Nenhuma novidade,
Somente a crua realidade,
Trabalhadores entram em greve,
Diz a reportagem,
Mais uma luta contra o explorador.
Certa vez ouvi de um trabalhador,
Nossa luta é gigantesca,
Estejamos preparados,
Ao me relembrar dessa frase,
Preparo-me para difícil missão,
Destruir o patrão.








segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Poema de um trabalhador sobre a sua interpretação de Vanguarda.


Vocês disseram que me ajudaria,
Que eu não entendia,
A minha exploração.
Disseram que era preciso estudo,
Para obter a compreensão.
Por isso deveríamos seguir a sua revolução.
Entretanto,  a realidade
Me mostrou a verdade.
Mudou somente o patrão,
O discurso foi em vão,
Manteve-se a reprodução
Da exploração.


domingo, 11 de setembro de 2011

Sobrevivendo


Porque acordo todo desanimado?
Sem sentido para mais um dia,
O coração aperta, pouco brilho tem minha vida,
Sempre a mesma rotina,
Poucos momentos de esperança,
Poucos prazeres.
Essa decadência humana,
Que esse sistema nos impõe.
Dores que não são substituídas por alegrias
De mercadorias.
Compradas para te satisfazer
Como viver?
Essa pergunta inquietante
 martela meus pensamentos,
A busca para o alívio está em remédios tranqüilizantes,
Que após seus efeitos
Volta às angustias constantes.
As rotinas mirabolantes
A medicação não cura,
Não sara não alivia,
As alegrias momentâneas,
 todos os dias são substituídos
 por trabalhos sem sentidos.
A rima volta a se perder,
Porque a vida deixa de ser interessante,
O poema deixa de existir,
Para mais uma bobagem persistir
A quem assistir
Patati Patatá
 pela televisão
ou o professor Girafales falando Tatatá.
A quem agradar?
o sistema quer aumentar o controle sobre minha vida.
E mais um dia passar.
Sinto muito sistema,
Você não sobreviverá
o seu controle sobre aqueceu
A minha sobrevivência
Formou minha consciência,
Para lutar contra essa realidade
 Em busca da liberdade.
 voltar a  sorrir,
 poemas voltar a produzir,
 a rima da alegria persistir,
principalmente  no seu fim
cantaremos felizes,
no enterro de milhares de cadáveres,
todos burgueses.
O fim está próximo,
Corram, fujam, desapareçam
Porque o sorriso vencerá toda a tristeza que vocês nos impôs. 
Cuidem-se...

Autor: Adriano José 



segunda-feira, 5 de setembro de 2011

II Simpósio Marxismo Libertário


O Exótico Reino de Minagerê

O Exótico Reino de Minagerê

Foto da inauguração do Palácio de Jereré
sede do governo real de Minagerê


O Exótico Reino de Minagerê

A queda de Muamar Kadhafi provocou uma onda de estudos a respeito dos modelos de governo existentes no mundo. Recentemente a Foolish Talk Fudetion convidou um seleto grupo de pesquisadores para o seminário World Democracy realizado entre os dias 29 e 30 de agosto deste ano na cidade de Nova York à custa da renuncia fiscal e manutenção dos cortes na saúde e educação.  
Dentre os participantes do seminário encontrava-se o especialista em qualquer coisa da Universidade Globo-News e membro visitante do Centro de Elevadíssimos Estudos em Qualquer Assunto de Defesa do Governo da Royal Academy Itatiation, de Londres, o brasileiro Ambassay Tuphy Guaraná.
Durante o seminário World Democracy o professor Guaraná apresentou o seu novo Livro, ainda sem tradução para o português, intitulado The exotic kingdom of Minagere. O trabalho do professor Guaraná, apesar de sua recente publicação, foi considerado por Charles Viena, Shameless Sycophant Master da Royal Academy Itatiation, como o mais completo estudo político dos últimos 30 anos.
Considerando a importância do tema o nosso Blog procurou o professor Guaraná que concordou em escrever com exclusividade uma apresentação de seu livro cujo teor, após negociações com a Secretária da Educação, será utilizado nas aulinhas do professor Anastasia na televisão.
O título provisório será O EXÓTICO REINO DE MINAGERÊ diante da possibilidade de troca deste a critério da Editora detentora dos direitos no Brasil.

O Exótico Reino de Minagerê

Ambassahy Tuphy Guaraná

O Reino de Minagerê encontra-se encravado no interior do vasto império de Brabil na região central da África. Geograficamente, conforme é possível concluir em função da dupla condição interiorana, Minagerê não possui acesso ao oceano criando sérios problemas comerciais e culturais para a nação. Segundo o antropólogo francês Jean Palpitet, em estudos realizados no século passado, “o isolamento geográfico do Reino de Minagerê possibilitou a manutenção do poder em grupos familiares”.
Estas famílias constituem a nobreza local e seus chefes geralmente são educados no exterior e somente retornam no momento de assumirem a vaga herdada. Atualmente o controle político encontra-se com a dinastia Never [1] no poder desde os anos 80 do século XX. Entretanto esta data nada significa para a população, pois seguindo os costumes do reino os governantes desta família descendem  de um ser mitológico que teria criado todo o universo. O nome desta divindade é Tancreno Otal[2]. Daí a crença popular na atemporalidade do poder.
O regime político de Minagerê guarda elementos teocêntricos tendo a figura do sacerdote supremo ou Balacobaco, no idioma Bundah, a função de chefe político e religioso somado a sua condição divina.
Em 2010 diante da pressão dos órgãos internacionais ocorreu uma ligeira mudança na organização política de Minagerê quando o Balacobaco, Aéquio Never, transferiu-se para a cidade sagrada de Bradilia deixando a administração política do reino para um príncipe adotado por sua família[3].
Esta modificação política, segundo os oposicionistas, não resultou em práticas democráticas tendo em vista o reduzido poder do governante político ou Caô, no idioma local, cujas decisões – exceto aquelas relativas a decoração do gabinete – precisam ser submetidas ao Balacobaco.
 Além desta pouca autonomia do Caô reclamam ainda os oposicionistas da inexistência de um poder legislativo. Em Minagerê existe apenas uma Assembleia Homologativa e seus membros devem jurar obediência não ao Caô, mas ao Balacobaco possuindo estes parlamentares como única prerrogativa o direito de semestralmente apresentarem pedidos no templo recebendo em troca prioridade de atendimento por parte do Balacobaco.
 O Caô apesar de seu pequeno poder, devemos reconhecer, instituiu algumas modernizações políticas e econômicas em Minagerê. A primeira delas foi abdicar do direito de ser carregado em andor durante suas visitas oficiais. Esta decisão, todavia, seria uma pressão da Organização Internacional do Trabalho incomodada com as queixas dos carregadores de andor que reclamavam do peso excessivo. O Caô de Minagerê pesa 130 quilos e recebeu o título popular de Anasthesia o Farto[4].
A dimensão do governante também gerou problemas de ordem religiosa, pois o Caô é considerado uma divindade menor com direito a representação no templo em um pequeno altar aos pés da estátua do Balacobaco. Entretanto os artistas ainda não conseguiram esculpir uma imagem de Anasthesia nas proporções do nicho reservado ao governante.
 Enquanto verificamos transformações nos rituais e cerimoniais em Minagerê de caráter modernizante o mundo do trabalho continua submetido às regras milenares. O Caô resiste em abolir a escravidão principalmente a dos professores e este fato tem gerado problemas políticos não somente a divindade menor, mas ao próprio Balacobaco.
Recentemente o Banco Mundial condicionou a liberação de empréstimos para a continuidade das obras do palácio de Jereré a extinção do regime de escravidão dos professores e elevação destes a condição de servos. O Caô, pressionado, concordou em oferecer aos professores uma pensão para compra de alimentos equivalente a R$712,00 e ainda surpreendeu o Banco Mundial ao promover um grupo social da condição de escravos a pedintes livres.   
A modernização econômica ainda não foi capaz de alterar a cultura e o povo de Minagerê, em função de seu isolamento geográfico, possui uma crença na qual todos os prédios, viadutos e ginásios esportivos localizados em seu território seriam os maiores e melhores do mundo. Esta tradição cultural facilita o esbanjamento de recursos do governo em obras caras, desnecessárias e sem valor prático para a população.
Este fato é apontado por estudiosos da economia como um dos fatores da ineficiência dos serviços básicos cujo funcionamento somente encontra-se de forma plena nas orações do templo quando são oferecidas a população imagens, através de uma grande tela de LCD, de um reino feliz e que não para de crescer. Talvez este fato explique a forma física do Caô.
O palácio de Jereré é apenas um destes pontos de gastos exagerados. Localizado nas imediações da antiga capital sob solo calcário e sujeito a inundações o luxuoso prédio foi erguido após um profeta local ter sonhado, a menos de 5 anos, com uma imensa valorização dos imóveis da região. 
Para este território encantado foi transferida toda a corte e naturalmente os servos. O terreno foi declarado sagrado e tornou-se proibido ao acesso do povo e mesmo os servos podem por lá permanecer somente o tempo suficiente do desempenho de suas obrigações. Além do palácio o Caô também financia, com dinheiro dos cofres reais, a construção de gigantescos estádios de futebol que em sinal de generosidade serão doados, no seu devido tempo, à empresas privadas internacionais dando provas da modernidade econômica local.
No aspecto administrativo, apesar da outorga de uma Constituição que separa o poder religioso e político, na prática, o Balacobaco controla todos as decisões políticas e econômicas de Minagerê. Dividindo o seu tempo entre  a cidade sagrada de Bradilia, capital do império de Brabil, e outra mais agradável localizada no litoral, procura aumentar o seu poder para  a totalidade dos territórios autônomos do império e segundo especula-se busca ocupar a condição de Esquindô Lelê  equivalente ao posto de deus maior do império.
No litoral o Balacobaco é adorado pela elite política e guardas de transito existindo um templo em sua honra no qual pratica-se um antigo ritual do bafometronum marcado pelo consumo de uma bebida ritualística cujo mome foi traduzido somente para o inglês: O whisk a go go[5]
O império de Brabil também apresenta as suas curiosidades, mas trata-se de um próximo estudo. Para satisfazer a curiosidade do leitor apenas adianto tratar-se de um vasto território governado também de forma teocrática por uma rainha considerada deusa e segundo a crença local possuidora de poderes mágicos que permitem a multiplicação de dinheiro dos banqueiros. Assunto para um próximo texto.

[1] O nome original da dinastia em idioma Bundah – falado somente pelas elites locais – é Khambhadadioportunnistah. O pesquisador inglês Olav Kafunga, no século 19, traduziu por “I do not agree with this nonsense” A tradução criou embaraços diplomáticos e o nome, em inglês, foi reduzido para Never tornando-se, desde então, norma nos textos internacionais.
[2] Tancreno Otal, divindade da mitologia de Minagerê, é repesentado nos templos por um muro no qual são colocados bonecos equilibristas.
[3] Minagerê apresenta a adoção como forma de manutenção das dinastias este aspecto seria, segundo o historiador John Semassunto, uma prática herdada de Roma.
[4] No idioma local o termo é Homidabundagrandi
[5] O nome da bebida em idioma bundah é aguaquepassarinhonumbebhe e foi traduzida para o inglês por Whisk a go go diante do elevado teor alcoólico presente no liquido ritualistico. O professor Márcio Doc, da Royal Academy Itatiation, classificou a bebida de divina e guarda em sua casa uma garrafa com a urina do Balacobaco, obtida após uma cerimônia, somente servida em ocasiões especiais. 

domingo, 28 de agosto de 2011

Idéias da realidade


O operário não se reconhece na sua ação de trabalho por que o seu fim não lhe pertence,
 o produto é estranho ao seu produtor,
esse pertence ao capitalista e não ao trabalhador.

Esse modo de vida é recente,
 Prende o ser e libera o ter,
mas não é a única possibilidade existente.

Apesar de afirmarem que é natural
O homem dominar outro homem,
para o explorado isso não têm nada de normal.

As rádios, jornais e TVs transfiguram informações,
Produzindo ideologias feitas pelos nossos patrões.
Cria a ideologia da naturalização da exploração,

A nossa existência resumi a isso,
A liberdade está no que possui.
Essa é a sociedade capitalista,
Viva o consumista,
Que supri suas vaidades,
No lugar da liberdade.

Buscar as necessidades,
Não faz parte dessa sociedade,
A quantidade fala mais do que a qualidade.

Por isso escrevo,
Com desprezo
 do que vejo.
Não ser um fingidor,
da minha dor.

O único modo de mudar,
É lutar,
Com todos os trabalhadores participar,
 a luta radicalizar
E a transformação realizar.

A autogestão produzir,
E a vida voltar a surgir.


Autor: Adriano José Faria Borges.

 somente é permitido sua auto reprodução na luta contra o patrão.



domingo, 3 de abril de 2011

Da insuficiencia dos livros

Da insuficiência dos livros

Lucas Maia

Já procurei em tudo quanto é lugar
Algo que talvez me aliviasse.

Busca vã. Resultou infrutífera.
Mudei de emprego, de cidade, de país...

Não pude, contudo, mudar de universo,
Nem muito menos, mudar o cotidiano da vida.

Tentei refúgio nos livros:
Li poesia, ficção, economia, história...

A resposta também não estava ali.
Conhecer o mundo não é mudar o mundo!!!

Elaborei toda uma interpretação
Da vida, do indivíduo, da sociedade...

Conheci Marx e Freud, Bakunin e Brecht,
Simone de Beauvoir e Sartre, Lima Barreto e Mayakovsk.

Ao lê-los, senti-me cada vez mais deslocado.
Percebi que há algo errado, vi os anelos da mudança.

A verdadeira felicidade, a verdadeira vida
Não se encontra nos textos, nos livros, nos autores.

Eles são somente a lâmpada que iluminam o pensar,
Que clarificam o caminho para luta derradeira.

O fim da minha angústia, da minha incompletude
Encontra-se única e exclusivamente em minha luta.

Luta que é minha, luta que é sua, luta que é nossa.
Mudar de universo é muito pouco. Temos mesmo é que mudar o conjunto da vida.

domingo, 27 de março de 2011

pós modernidade (sem sentido)

O sistema nos divide
o meu pensamento sobrevive
me dizem que isso é pós modernidade
não entendo a sua necessidade
ainda permaneço sem liberdade.

Nesse labirinto ideológico
sem sentido
a práxis torna-se a unica verdade.

sábado, 12 de março de 2011

O Analfabeto marxista

O analfabeto marxista

O mais convecido dos analfabetos
é o analfabeto marxista
ele pensa que é socialista
mas na pratica não é

Ele acha que por meio de organizações burocráticas
como o partido político e o sindicato
da luta no parlamento e pela conquista do poder estatal
chegará ao socialismo

O analfabeto marxista
é tão burro
e estufa o peito dizendo
que é a vanguarda do proletariado

Não sabe o imbecil que
da má literatura sobre Marx
nasceu a teoria da vanguarda
e o pior de todos, o falso socialista
que é o burocrata opressor
que luta para conquistar o poder
para implantar o capitalismo de estado.

Jayro de Sousa


encontrado em: http://spjayrosousadf.blogspot.com/

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ode ao burguês (poema de Mário de Andrade)

Eu insulto o burguês! O burguês-níquel
o burguês-burguês!

A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! O homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!

Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros!
Que vivem dentro de muros sem pulos,
e gemem sangue de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os "Printemps" com as unhas!

Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará Sol? Choverá? Arlequinal!
Mas à chuva dos rosais
o êxtase fará sempre Sol!

Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
Ao burguês-cinema! Ao burguês-tiburi!
Padaria Suíssa! Morte viva ao Adriano!
"- Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
- Um colar... - Conto e quinhentos!!!
Más nós morremos de fome!"

Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma!
Oh! purée de batatas morais!
Oh! cabelos nas ventas! Oh! carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a Central do meu rancor inebriante!

Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!

Fora! Fu! Fora o bom burguês!...


Mário de Andrade

sábado, 5 de março de 2011

O protesto

Protesto contra o mal da força e o da justiça:
Um degrada a fraqueza, outro excita à agressão;
Contra a fé que reduz o homem a alma submissa,
Iludindo-o com os céus que nunca se abrirão.

Clamo contra o senhor, clamo contra a cobiça,
Inventora de leis, criadora da opressão.
Sou Spártacus e odeio a pátria se esperdiça
Meu sangue e faz, do suor, esforço hostil ou vão.

Bradam, no meu protesto, os prantos do passado...
Ira acesa de todo um mundo sofredor;
Mártir do amo, do rei, do padre, do soldado!

Sou a nova intuição contra a lei do Senhor;
Sou a ação que destrói a moral do pecado,
Para erigir o orgulho e libertar o amor.

(OITICICA, 1919)

quarta-feira, 2 de março de 2011

A verdadeira Revolução

Vejo essa sociedade e a podridão que simboliza
Vejo o grupo de sonhadores que com ela rivaliza

Vejo e sinto o peso da ordem que escraviza
Me uno ao sonhadores, me faço um anarquista
na batalha me lanço, como lutador propagandista
pois sei que a vitória só com o povo se conquista

Ao povo trabalhador deixo este refrão:
Se desejam a verdadeira revolução
rechacem ao líder fanfarrão.
A chave da emancipação
não a procurem em chefes ou governos
Basta a vocês olhar direito
não para cima mas para o próprio peito
e aí a encontrarão

Logo se vê a diferença que têm
entre os libertários e os rebeldes bolchevistas
que querem a revolução como um trem
que promete chegar a terra prometida
seguindo os trilhos da estatal burocracia
conduzido por seu líder, -o maquinista-
onde o povo não é protagonista,
mas simples refém
a olhar pela janela do vagão
com desdém
desilusão
se sentindo usado como bucha-de-canhão
ao ver sua bela revolução
se degenerar em uma nova tirania.

Não meus irmãos !
Não se percam na cruel ilusão
de um governo novo que fará transformação
Estado significa opressão, ditadura, hierarquia,
essa é sua trilha nunca irá por outra via
E aí reside o valor da anarquia
que a todo poder proclama antipatia
em nome da autogestão

O segredo para nosso sucesso
que leva ao mundo novo de harmonia e união
reside que o povo tome todo o processo
em suas próprias mãos

Que no campo ou na fábrica
não haja proprietário nem patrão
para que o povo que trabalha
seja senhor da produção
junto com mais camaradas
faça o transporte e distribuição
e outros que prestando serviços diversos
dêem sua contribuição
seja na área da saúde ou da beleza
limpeza urbana ou construção
Que tudo seja para todos e não de alguns um luxo
onde a produção não sirva ao comércio e lucro
mas sim para atender as necessidades da população.

Por isso o trabalho não será mais excessivo,
estressante, degradante e cansativo.
Será um meio de alegria e satisfação.
e em todo tempo livre que terão
o povo livre poderá se dedicar
às ciência, artes e diversão.

Assim, no lugar do estado e governo acabados
deve figurar o povo livre associado
organizando sua auto-administração.

No lugar da polícia e exército derrotados
deve figurar o povo armado
fazendo sua auto-proteção.

Um vez efetivada essa verdadeira revolução
logo virá sua alastração
pelos povos mundo afora
daí em diante a divisão do planeta
em países e territórios, não mais vigora
se abolirá toda fronteira
é o fim da divisão
a raça humana comporá uma só nação
que caminhará livre por sobre a terra

Nessa altura de evolução
já não haverá mais razão
para o estoque de armas de guerra
Com todos os opressores derrotados
e o povo todo libertado
elas servirão somente aos museus
como velhos artefatos
para ser observados

E se algum desentendimento surgir
Logo irá se descobrir
uma boa solução
com tranqüilidade, diálogo e conversação

No mundo livre as novas gerações
levantarão muitas questões
quando a curiosidade os levar
a estudar o passado.

Olhando o presente em que vivemos
e outras épocas de opressão
Se perguntarão a respeito daqueles coitados
que aceitaram viver por tanto tempo
de modo tão desgraçado
sem depressa terem se rebelado.

(Luiz Aurélio)

terça-feira, 1 de março de 2011

Musica: Luta


oooooooooo a luta vai começar
oooooooooo o capitalismo vai acabar
oooooooooo para a autogestão  iniciar

João é salariado
Fica todo dia arrasado
Tendo que trabalhar
Para a família sustentar
Refrão:
Ooooooooooo João
Vai luta pela autogestão
Vai se unir a revolução
É o fim da exploração

 João sofredor
Do seu suor
Sai a dor
O seu patrão explorador
Não fala em amor
Refrão:
Ooooooooooo João
Vai luta pela autogestão
Vai se unir a revolução
É o fim da opressão


 a liberdade
É a oportunidade
Para o fim da exploração
Acabar com a reprodução.
Refrão:
Ooooooooooo João
Vai luta pela autogestão
Vai se unir a revolução
É o fim da representação

João é o cara legal
na luta contra o capital
vamos lutar
trabalhadores  em todo o lugar
o acompanhar
a opressão vai acabar.

Refrão:
Ooooooooooo João
Vai luta pela autogestão
Vai se unir a revolução
É o fim dessa questão



Letra: Adriano José

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Dias atuais

Sentado no meu quarto,
me ponho a produzir um poema,
mas do que falar?
sobre os amores?
sobre as dores?
sobre as paranóias?
ou anedotas?
Vem a mente de repente,
que tal falar sobre o seu dia?
Meu dia?
isso me arrepia,
meu dia
é o mesmo de todos os dias,
acordo as 7 horas,
tenho que trabalhar,
apesar de não querer ,
sou obrigado,
a se rebaixar.
A minha vontade
se encontra com a minha liberdade,
preso a minha necessidade.
Não falarei do meu trabalho.
Que tal falar sobre a minha diversão?
A minha diversão é a distração da televisão.
Já sei.
Não falarei, apenas recordarei,
aquele mês,
A luta contra o patrão,
a nossa decisão,
De não trabalhar
e de protestar.
Isso nos fez acordar,
A nossa luta produziu a reação,
contra a exploração.
Como boas pessoas que são,
o sindicato proibiu a nossa ação,
dizendo que isso era autogestão,
isso é ilusão.
Como resposta:
_Não vem dizer o que fazer,
Eu não vou te obedecer.
Não vou esperar, a sua boa vontade de nos ajudar.
Foi nítida a reação,
A polícia em ação.
A batalha foi perdida,
Mas a guerra será vencida.