quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A União


Acordo todos os dias,
Na miséria
Busco uma alternativa de vida,
Mas sou barrado,
Pela fome e pela ira,
As pessoas se afastam,
Ficam com medo,
Me acham perigoso,
Nessa sociedade sou o significado de horroroso.

Vai trabalhar vagabundo,
São palavras pronunciadas constantemente aos meus ouvidos,
Não me dão emprego,
De pedinte a pedinte sobrevivo.

No meu redor,
Observo a riqueza,
Tento adquiri-las,
Mas constantemente sou acordado por um policial,
Me obrigando a deixar de sonhar,
Volto a pedir no sinal,
Volto a realidade.

Ei  me de um trocado,
Para eu comprar cola e me manter acordado.

Mas um sinal se abre,
Na minha mão
A difícil missão,
Matar a fome
Comprar um pão,
Ou enganar a realidade
Com um pouco de alucinação.
Dias em dias,
Passo sempre nessa indecisão.

Vejo fábricas funcionar,
Senhores de ternos em seus carros a chegar,
Pessoas uniformizadas a entrar.
Percebo há vários anos,
 Que os senhores de ternos,
São filhos e netos de outros senhores
Que também usavam ternos.
As pessoas uniformizadas são filhos dos mesmos uniformizados,
Que trabalhavam ali.
Percebo que se mantém a mesma lógica,
Desde quando estou na rua.
Os mesmos discursos de políticos
Que pronunciava a melhoria do povo
Se mantém agora com artifícios
Mais modernos.
Tento ler o jornal que usei para dormir,
Nenhuma novidade,
Somente a crua realidade,
Trabalhadores entram em greve,
Diz a reportagem,
Mais uma luta contra o explorador.
Certa vez ouvi de um trabalhador,
Nossa luta é gigantesca,
Estejamos preparados,
Ao me relembrar dessa frase,
Preparo-me para difícil missão,
Destruir o patrão.








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