segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Exótico Reino de Minagerê

O Exótico Reino de Minagerê

Foto da inauguração do Palácio de Jereré
sede do governo real de Minagerê


O Exótico Reino de Minagerê

A queda de Muamar Kadhafi provocou uma onda de estudos a respeito dos modelos de governo existentes no mundo. Recentemente a Foolish Talk Fudetion convidou um seleto grupo de pesquisadores para o seminário World Democracy realizado entre os dias 29 e 30 de agosto deste ano na cidade de Nova York à custa da renuncia fiscal e manutenção dos cortes na saúde e educação.  
Dentre os participantes do seminário encontrava-se o especialista em qualquer coisa da Universidade Globo-News e membro visitante do Centro de Elevadíssimos Estudos em Qualquer Assunto de Defesa do Governo da Royal Academy Itatiation, de Londres, o brasileiro Ambassay Tuphy Guaraná.
Durante o seminário World Democracy o professor Guaraná apresentou o seu novo Livro, ainda sem tradução para o português, intitulado The exotic kingdom of Minagere. O trabalho do professor Guaraná, apesar de sua recente publicação, foi considerado por Charles Viena, Shameless Sycophant Master da Royal Academy Itatiation, como o mais completo estudo político dos últimos 30 anos.
Considerando a importância do tema o nosso Blog procurou o professor Guaraná que concordou em escrever com exclusividade uma apresentação de seu livro cujo teor, após negociações com a Secretária da Educação, será utilizado nas aulinhas do professor Anastasia na televisão.
O título provisório será O EXÓTICO REINO DE MINAGERÊ diante da possibilidade de troca deste a critério da Editora detentora dos direitos no Brasil.

O Exótico Reino de Minagerê

Ambassahy Tuphy Guaraná

O Reino de Minagerê encontra-se encravado no interior do vasto império de Brabil na região central da África. Geograficamente, conforme é possível concluir em função da dupla condição interiorana, Minagerê não possui acesso ao oceano criando sérios problemas comerciais e culturais para a nação. Segundo o antropólogo francês Jean Palpitet, em estudos realizados no século passado, “o isolamento geográfico do Reino de Minagerê possibilitou a manutenção do poder em grupos familiares”.
Estas famílias constituem a nobreza local e seus chefes geralmente são educados no exterior e somente retornam no momento de assumirem a vaga herdada. Atualmente o controle político encontra-se com a dinastia Never [1] no poder desde os anos 80 do século XX. Entretanto esta data nada significa para a população, pois seguindo os costumes do reino os governantes desta família descendem  de um ser mitológico que teria criado todo o universo. O nome desta divindade é Tancreno Otal[2]. Daí a crença popular na atemporalidade do poder.
O regime político de Minagerê guarda elementos teocêntricos tendo a figura do sacerdote supremo ou Balacobaco, no idioma Bundah, a função de chefe político e religioso somado a sua condição divina.
Em 2010 diante da pressão dos órgãos internacionais ocorreu uma ligeira mudança na organização política de Minagerê quando o Balacobaco, Aéquio Never, transferiu-se para a cidade sagrada de Bradilia deixando a administração política do reino para um príncipe adotado por sua família[3].
Esta modificação política, segundo os oposicionistas, não resultou em práticas democráticas tendo em vista o reduzido poder do governante político ou Caô, no idioma local, cujas decisões – exceto aquelas relativas a decoração do gabinete – precisam ser submetidas ao Balacobaco.
 Além desta pouca autonomia do Caô reclamam ainda os oposicionistas da inexistência de um poder legislativo. Em Minagerê existe apenas uma Assembleia Homologativa e seus membros devem jurar obediência não ao Caô, mas ao Balacobaco possuindo estes parlamentares como única prerrogativa o direito de semestralmente apresentarem pedidos no templo recebendo em troca prioridade de atendimento por parte do Balacobaco.
 O Caô apesar de seu pequeno poder, devemos reconhecer, instituiu algumas modernizações políticas e econômicas em Minagerê. A primeira delas foi abdicar do direito de ser carregado em andor durante suas visitas oficiais. Esta decisão, todavia, seria uma pressão da Organização Internacional do Trabalho incomodada com as queixas dos carregadores de andor que reclamavam do peso excessivo. O Caô de Minagerê pesa 130 quilos e recebeu o título popular de Anasthesia o Farto[4].
A dimensão do governante também gerou problemas de ordem religiosa, pois o Caô é considerado uma divindade menor com direito a representação no templo em um pequeno altar aos pés da estátua do Balacobaco. Entretanto os artistas ainda não conseguiram esculpir uma imagem de Anasthesia nas proporções do nicho reservado ao governante.
 Enquanto verificamos transformações nos rituais e cerimoniais em Minagerê de caráter modernizante o mundo do trabalho continua submetido às regras milenares. O Caô resiste em abolir a escravidão principalmente a dos professores e este fato tem gerado problemas políticos não somente a divindade menor, mas ao próprio Balacobaco.
Recentemente o Banco Mundial condicionou a liberação de empréstimos para a continuidade das obras do palácio de Jereré a extinção do regime de escravidão dos professores e elevação destes a condição de servos. O Caô, pressionado, concordou em oferecer aos professores uma pensão para compra de alimentos equivalente a R$712,00 e ainda surpreendeu o Banco Mundial ao promover um grupo social da condição de escravos a pedintes livres.   
A modernização econômica ainda não foi capaz de alterar a cultura e o povo de Minagerê, em função de seu isolamento geográfico, possui uma crença na qual todos os prédios, viadutos e ginásios esportivos localizados em seu território seriam os maiores e melhores do mundo. Esta tradição cultural facilita o esbanjamento de recursos do governo em obras caras, desnecessárias e sem valor prático para a população.
Este fato é apontado por estudiosos da economia como um dos fatores da ineficiência dos serviços básicos cujo funcionamento somente encontra-se de forma plena nas orações do templo quando são oferecidas a população imagens, através de uma grande tela de LCD, de um reino feliz e que não para de crescer. Talvez este fato explique a forma física do Caô.
O palácio de Jereré é apenas um destes pontos de gastos exagerados. Localizado nas imediações da antiga capital sob solo calcário e sujeito a inundações o luxuoso prédio foi erguido após um profeta local ter sonhado, a menos de 5 anos, com uma imensa valorização dos imóveis da região. 
Para este território encantado foi transferida toda a corte e naturalmente os servos. O terreno foi declarado sagrado e tornou-se proibido ao acesso do povo e mesmo os servos podem por lá permanecer somente o tempo suficiente do desempenho de suas obrigações. Além do palácio o Caô também financia, com dinheiro dos cofres reais, a construção de gigantescos estádios de futebol que em sinal de generosidade serão doados, no seu devido tempo, à empresas privadas internacionais dando provas da modernidade econômica local.
No aspecto administrativo, apesar da outorga de uma Constituição que separa o poder religioso e político, na prática, o Balacobaco controla todos as decisões políticas e econômicas de Minagerê. Dividindo o seu tempo entre  a cidade sagrada de Bradilia, capital do império de Brabil, e outra mais agradável localizada no litoral, procura aumentar o seu poder para  a totalidade dos territórios autônomos do império e segundo especula-se busca ocupar a condição de Esquindô Lelê  equivalente ao posto de deus maior do império.
No litoral o Balacobaco é adorado pela elite política e guardas de transito existindo um templo em sua honra no qual pratica-se um antigo ritual do bafometronum marcado pelo consumo de uma bebida ritualística cujo mome foi traduzido somente para o inglês: O whisk a go go[5]
O império de Brabil também apresenta as suas curiosidades, mas trata-se de um próximo estudo. Para satisfazer a curiosidade do leitor apenas adianto tratar-se de um vasto território governado também de forma teocrática por uma rainha considerada deusa e segundo a crença local possuidora de poderes mágicos que permitem a multiplicação de dinheiro dos banqueiros. Assunto para um próximo texto.

[1] O nome original da dinastia em idioma Bundah – falado somente pelas elites locais – é Khambhadadioportunnistah. O pesquisador inglês Olav Kafunga, no século 19, traduziu por “I do not agree with this nonsense” A tradução criou embaraços diplomáticos e o nome, em inglês, foi reduzido para Never tornando-se, desde então, norma nos textos internacionais.
[2] Tancreno Otal, divindade da mitologia de Minagerê, é repesentado nos templos por um muro no qual são colocados bonecos equilibristas.
[3] Minagerê apresenta a adoção como forma de manutenção das dinastias este aspecto seria, segundo o historiador John Semassunto, uma prática herdada de Roma.
[4] No idioma local o termo é Homidabundagrandi
[5] O nome da bebida em idioma bundah é aguaquepassarinhonumbebhe e foi traduzida para o inglês por Whisk a go go diante do elevado teor alcoólico presente no liquido ritualistico. O professor Márcio Doc, da Royal Academy Itatiation, classificou a bebida de divina e guarda em sua casa uma garrafa com a urina do Balacobaco, obtida após uma cerimônia, somente servida em ocasiões especiais. 

2 comentários:

  1. continuação do texto:
    [1] O nome original da dinastia em idioma Bundah – falado somente pelas elites locais – é Khambhadadioportunnistah. O pesquisador inglês Olav Kafunga, no século 19, traduziu por “I do not agree with this nonsense” A tradução criou embaraços diplomáticos e o nome, em inglês, foi reduzido para Never tornando-se, desde então, norma nos textos internacionais.
    [2] Tancreno Otal, divindade da mitologia de Minagerê, é repesentado nos templos por um muro no qual são colocados bonecos equilibristas.
    [3] Minagerê apresenta a adoção como forma de manutenção das dinastias este aspecto seria, segundo o historiador John Semassunto, uma prática herdada de Roma.
    [4] No idioma local o termo é Homidabundagrandi
    [5] O nome da bebida em idioma bundah é aguaquepassarinhonumbebhe e foi traduzida para o inglês por Whisk a go go diante do elevado teor alcoólico presente no liquido ritualistico. O professor Márcio Doc, da Royal Academy Itatiation, classificou a bebida de divina e guarda em sua casa uma garrafa com a urina do Balacobaco, obtida após uma cerimônia, somente servida em ocasiões especiais.

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  2. texto reitado do blog: http://grevepromg.blogspot.com/2011/09/foto-da-inauguracao-do-palacio-de.html

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